MESTRES DO 7 CORDAS - DOIS FUNDAMENTAIS DE UM INSTRUMENTO FUNDAMENTAL ( DINO 7 CORDAS E RAPHAEL DO 7 CORDAS)

       O Violão de 7 cordas é um instrumento até recente na história musical, foi desenvolvido na Rússia no século XIX, onde era bastante usado na música popular e na cigana e foi introduzido no Brasil através de China, irmão de Pixinguinha e  violonista do grupo os Oito Batutas  ao voltar de uma excursão à Europa encomendou a um luthier que fizesse um para ele.  Outros dizem que o instrumento aqui já estava pelas mãos da pequena comunidade de ciganos oriundos da Rússia que interagiam com a Pequena África - comunidade de negros e nordestinos que se reuniam na Praça Onze, no Rio de Janeiro, por esta via, Tute, um violonista muito conhecido nas rodas de choro cariocas, teria encomendado que seu luthier fizesse um para ele.
          Inicialmente, adotado no choro teve seu uso impulsionado depois que  Pixinguinha, por problemas fisiológicos, trocou a flauta pelo sax tenor, desenvolveu contracantos que eram fraseados de respostas à melodia original em região muito próxima ao 7 cordas que foi incorporado, de vez, na famosa formação que ficou conhecida como Regional: violão de sete cordas, violão de seis cordas, cavaquinho e pandeiro. O Regional também utilizava o acompanhamento de outros instrumentos como: bandolim, flauta, clarinete, trombone,  e de instrumentos rítmicos, como tambor, reco-reco e surdo.
Do choro, o 7 Cordas passou a ser utilizado no samba também onde adquiriu algumas características melódicas diferentes no  seu fraseado.
Hoje, até em formações jazzísticas o 7 é utilizado, sua marcaçação na regiçao grave pontuando as notas de harmonia, ora fraseando em contraponto a elas em muito influenciou o desenvolvimento da música no Brasil.
             E a história deste instrumento aqui pode ser pontuada ente antes e depois de Horondino Silva, mais conhecido como Dino 7 Cordas, reconhecido pélos violonistas como o Mestre maior do instrumento. Embora fosse músico de profissão desde 1936 quando passou a integrar o Regional de Benedito Lacerda como violonista foi , somente  em 1954  que adotou o 7 cordas como instrumento após encomendar um exemplar; de 66 a 96, quando diminuiu o ritmo da sua carreira musical, ele fez parte do conjunto Época de Ouro.
            Dino também acompanhou e gravou com um grande número de artistas sendo um dos mais requisitados músicos durante a sua carreira e foi a influência direta para quase todos os grandes tocadores deste instrumento que vieram depois como Raphael Rabelo, Rogério Caetano, Hélio Dellmiro, Marco Pereira e Yamandu Costa. Faleceu em 2006 aos 88 anos de idade.
         Raphael Rabelo teve uma vida breve, apenas 33 anos, de família musical, sua irmã tocava cavaquinho e seu irmão mais velho havia lhe ensinado a tocar violão mas, influenciado por Dino, adotou o 7 Cordas. Ele tinha apenas 14 anos quando fez sua primeira gravação acompanhando Turíbio dos  Santos em um choro. em 1994 se mudou para os EUA onde foi lecionar música numa Universidade em Los Angeles, voltou no ano seguinte pra gravar um disco em que buscava resgatar a obra do grande Capiba, mas veio a morer antes de terminar e lançar o obra.

"Ele não tem limitações. Técnica, velocidade, bom gosto harmônico, um artista completo." – Dino 7 Cordas sobre Raphael

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