RAPIDINHA ( A Crônica do Dia Seguinte)

Bom dia mina bela
Esse cheiro  de tabela 
Me deixou instigado  
Vamos bolar  outro  baseado
Só  porque  tu quer que tu se vai 
De por mim você não sai
Me causaria  ciúmes
Se tivesse nos perfumes 
Passeando por aí 
Imbecada e cheirosa 
Altiva e gostosa 
Enquanto eu aqui
Lavando louças  e talheres 
E a mais bela das mulheres 
Me deixando louco 
Uma noite foi, é,   pouco 
Vou dar um talento na cozinha 
Deixa o chão pra limpar depois
Inda dá  tempo nós 2
Dá  uma rapidinha 
Aproveitar a hora 
Antes que voce vá embora

ONDE NENA ESTÁ ?

A casa onde ela morou 
Ainda está lá 
Lá no mesmo lugar
A casa onde ela morou 
Ainda está lá 
Lá no mesmo lugar.
Nena não mais mora lá 

De cima do   morro
Deu  pra avistar 
Naquele mesmo lugar
Reparei  em certa casa
Pra que fui  me lembrar ?
Uma certa tristeza 
Tempo não vai voltar 
Mas o passado tá lá 
Lá no mesmo lugar 
Fui me apaixonar 
Danei a recordar 
Dicidi no rompante 
Eu vou é lá 
Onde Nena morou
Quem sabe ela tá  lá 
Lá no mesmo lugar
Onde a casa está 
Porta  fechada 
Casa distiorada
Sem ninguém pra informar 
O que iria perguntar 
Que foi que aconteceu?
Onde Nena está ?
Pr'eu poder encontrar 
Isso me entristeceu 
Serviu pra confirmar 
Parte de mim que morreu 
Não quis acreditar
No tempo já se perdeu 
E eu a procurar 
Esquecer não dá 
É difícil aceitar
Nena não mais mora lá 

A casa onde ela morou 
Ainda está lá 
Lá no mesmo lugar
A casa onde ela morou 
Ainda está lá 
Lá no mesmo lugar.
Nena não mais mora lá


http://prosiado.blogspot.com/2023/12/onde-nena-esta.html

DE SANFONA E SANFONEIROS


Fui vizinho de 2 sanfoneiros, um deles, Zé  inda vivo, diz que foi Luiz Gonzaga o maior sanfoneiro de todos,  Zé Paraíba, o segundo ; pro outro , Manoel, era Zé Paraíba (o que mais vendeu discos) e pronto! Pra mim que já devo ter ouvido mais de mil discos de forró, foi Noca do Acordeon, mas Luiz  Gonzaga dizia qie 0 Rei da Sanfona, era  Mário  Zan. Dominguinhos tá no time dos craques, modernizou o modo de ser tocador, agregava, era humilde e tocava e trabalhava muito. Mas tem a trinca dos 8 Baixos,  Gerson Filho, Zé Calixto e Abdias que além de fazer seus discos ajudou quase todos nos primeiros 30 anos do forró fonográfico . Outros como Camarão, o visionário que montou a primeira banda pra  forró, Arlindo dos 8 Baixos,  Manoel Maurício, Geraldo Correia são menos conhecidos do público mas muito respeitados por seus pares que o tratavam em pé de igualdade. Cesar do Acordeon  o Abianto, foi fantástico; Duda da Passira gravou ne mais de 3 mil fonogramas 3 também um disco só Tocano Noca, que nem fez Chico Justino, o talento rústico da sanfona cearense. Voninho no rasqueado araguaia-pantaneiro é outro tocador  de lascar. Lili Meio, uma alagoana muito retada que gravou alguns discos tocando sanfona  se vestia dw cangaceira
A Casa de Januário é um caso à parte, a família chegou a ter um programa semanal de rádio, Chiquinha, a caçula era danada e no xaxado num perdia pra ninguém; Zé Gonzaga era retado e tirava onda quando queria tocar só nos baixos, era o mais moderno, autor de Baião Psicodélico e Baile da Tartaruga. Severino Januário era o dono das 8 Baixos e tocava o baião bem batucado. Na casa de Dideus, pai de Zé  Calixto, ainda  saiu Luizinho Calixto e Bastinho, figura importante na popularização do brega ao lado da companheira,  Hermelinda e seu cunhado Oseas, também sanfoneiro do Trio Mossoró que virou  Carlos André  um dos maiores vendedores de disco do gênero 
Lindu além dw grande voz era excelente o instrumentista e arranjador do Trio Nordestino. O gaúcho Chiquinho do Acordeon era maestro arranjador  e foi parceiro de Abdias durante seu tempo de CBS fazendo a direção musical 
Pedro Sertanejo é o pai do pé de serra e ainda trouxe o seu filho Oswaldinho, talvez o mais completo sanfoneiro da história ao lado de Sivuca.  Ao lado desses 2 últimos, Dominguinhos formou a fabulosa trinca que gravou  discos pra Zé Ramalho, Genival Lacerda e pra Gonzagão; também gravaram Cada Um  Belisca Um Pouco,  ápice do imstrumental sanfônico.
Certa feita, fazendo um show em Jequié, terra de Noca, Dominguinhos disse que certa feita fez uma música e deu a fita pra Noca gravar mas ele ninca respondeu. Noca tinha um temperamento difícil e era meio retraído do "mundo artístico " preferia se enfrentar em temporadas pelo sertão onde ia curtindo a vida e fazendo os shows que apareciam e em todo lugar queriam show de Noca.
Boto na conta de Sivuca e Dominguinhos de na marcha modernizatica pra ampliar o mercado do forró  eles acabaram acelerando a derrocada de uma cena muito popular, arraigada no Nordeste e entre os imigrantes no sul; muita mesa focou sem comida  enquanto os  artistas da classe média foram tomando o lugar da turma forrozeira com ajuda da televisão e das fm's.
Oswaldinho eu acho um grande produtor desde o primeiro de Tororó do Rojão e depois o de Jacinto Silva onde o piano entrou no coco de embolada, os discos de Raimundo Sodré e até desenvolvimento da primeira sanfona eletrônica contou com a sua consultoria pois os anos de sanfona castigaram sua coluna e p peso  dela a tornou dolorosa pra ele. 

AS COISAS DAS ALAGOAS

Há 60 anos o Trio Nordestino lançou, do baiano Gordurinha Carta a Maceió  falando sobre o deslumbramento de um alagoano com a então capital federal.  Maceió que ganhou outro hino quando Carlos Moura escreveu Minha Sereia, que fez grande sucesso na Bahia  onde toca  até  hoje.  

Pode reparar que muitos ritmos  e modalidades têm sua variante alagoana: xaxado, martelo, pagode, baião, galope, pife, maxixe, samba, coco de roda, folguedos, reisado , chegança, coco-ciranda  .... e está por lá um dos nossos berços musicais. Baião das Alagoas gravado ppr Paulo Diniz gravou, de uma parceria com Juhareiz Correya, el Baião das Alagoas em 76 eu acho um dos baiões mais bem arranjados que já  ouvi . Gonzaga  e Clara  Nunes gravaram Viola de Penedo  de Luiz Bandeira, lindo   baião de viola. Alceu,  no ápice do udigrudi fez Espelho Cristalino que batizou o disco e a mina da história era uma baiana que morava em Maceió  Alceu também gravou Martelo Alagoano no disco Cavalo de Pau; Zé Ramalho também tem uma música batizada de Martelo Alagoano.   Tororó do Rojão, o Manoel  Apolinário, craque de bola e do ritmo, alagoano que viveu e faleceu em Maceió, Sigura Minino

Foi nas Alagoas que Manoel Biano há 100 anos iniciou  o Zabumba Cabaçal que ainda hoje vive no Zabumba Caruaru. Chiquinha Gonzaga gravou Xaxadinho  das Alagoas com seu irmão Zé Gonzaga;  Lili Melo  gravou Xote Alagoano; Pedro Sertanejo gravou Forro. Alagoano e seu filho Oswaldinho o imitou  

No  célebre disco de Waldete e Seus Cometas, Adeus Jacobina  tem samba de zabumba e isto é coisa do sertão baiano na divisa alagoana. Joana Flor das Alagoas  acho uma das mais belas de Elomar 

Das Alagoas vem o batuque de Palmares, tronco raiz da insubordinação negra e esse é  um capítulo muito grande pra fazer aqui. O Aboio e a Cantoria de Repente, assim como o  Coco de Embolada, também. Sabido que vem de lá  a literatura universal de Graciliano  de Vidas Secas   São Bernardo. 

A  cultura alagoana chegou até mim através dos imigrantes que vieram pra região trabalhar nas monoculturas do algodão nos anos 30/40 do século passado; depois vieram o feijão, a mamona e o sisal. Muitos acabaram ficando  por aqui e a proximidade do Rio São Francisco  tornava não tão longe esse o intercâmbio.  Atraves desse povo nas visitas, conversas, convivência muito aprendi sobre lá.

Tanto ainda teria pra dizer o quanto me influenciou as coisas da terra alagoana 

https://youtu.be/jBgT4_qQMog?si=rFH5T8hJg2hCMf3q


ADEUS JACOBINA

O Vei Jacobina, pseudônimo de Valdemar Ramos Oliveira que faleceu essa semana no sertão da Bahia dend'os 93 anos que ia interar em julho...