O trem da grota
Já saiu de Bonfim atrasado
Chegano no Caén
O tempo tava fechado
O maquinista pereocupado
Inquiriu ao agente
Se num era arriscado
Diante de tanta chuva seguir o itinerário ?
Recebeu como resposta:
-Cumpra seu horário!
Não quero que me incomodem
Pode ser que em Jacobina
Vois micê receba outra ordem.
Pidino nas oração
pela providência divina
Foi sem muito entrevero
Que chegaram a Jacobina
Onde o tempo tava bom
Alegrou o conferente:
Se o tempo ficar decente
Almoço em Miguel Calmon!
E tenho grande esperança
De lá pra 4 horas
Descansar no França
Mas o plano deu errado
A estrada virou lambança
Nem um palmo se enxergava
O povo muito assustado
Por todo santo chamava
A chuva ia caindo
A composição tentando seguir
Vendo a estrada sumir
O freio se ino imbora
Não se fazia sentir
É o pior daquela hora
Era uma Serra a subir
O fumaça tombou de lado
Os vagões foram caindo
Tudo descarrilhado
Aumentando aquele drama
Ficando a composição
Enterrada na lama
A caldeira esfriou
Apagou-se sua chama
Foi muito choro e mágoa
Sem saber onde estava
Estando nos Olhos D'água
Quem tava são ajudava
Os que não podiam levantar
Era hora de agradecer
Nunca de lamentar
O trem de certo virara
Mas estavam vivos pra contar
Eram 7 anos de seca
Que tavam veno encerrar
Não tem dinheiro que pague
Ver a terra encharcar
O trem era feito de ferro
Na lama não ia amassar .
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