A FERRO E CHIP

Vai shipar ou chupar?
Vão te chipar!
Dizem que é pra georreferenciar
Uma argola no  cangote
Na cabeça bota um pote
Para produzir o dote
Sem dormir, só no virote
Outra dose de Corote
Pra num esquecer o mote
Não me cabe nada a ver
Ou, talvez, possa ser
Aparenta aparecer
Procurando se esconder
Sem que ninguém queira saber
E já não há nada a perder
Necessita esquecer
Mas já sendo procurado
Facilmente pode ser localizado
Sem tempo de saber o resultado
As razões de ter sido condenado
Um grito silenciado
Pelo espeto quente que fora marcado
Em ferro frio temperado
Em ferro frio foi temperado
É o pirão
É um pião revoltado


ZÓI DE GATA

Não me leve a mal

Vou dizer na real

Algo pra mim importante

É que de hoje em diante

Meu olhar evitará seu olhar

Pois não sei ver sem me admirar

Nunca me são estranhos

Esse par de olhos castanhos

Que um dia eu mirei

E como se existisse feitiço,

Me enfeiticei

Pra mim é a definição da beleza

Agora que tenho a certeza

De que não temos nada a ver

Sendo sincero

Tudo que eu quero

É poder esquecer

Me libertar

Da atração desse olhar

E quando te olho no fundo

 Me vendo capturado

Mal olhado

Que deixa o meu molhado

Vista ingrata

Zói de gata

 

TÃO LONGE, ADEUS

Hum ano que ela se foi
Foi pro além mar
Que fora fazer por lá?
De certo foi pra ficar
Daqui canto a saudade 
Da sua falta que ficou por cá
Já tenho quase certeza 
O que provoca tristeza
Parece que  não vai voltar
Preciso me convencer
Que ao meu lado
Não é seu lugar

DE POUCA CONFIANÇA ( Um sambinha dor de cotovelo)

Foi uma grande bobeira
Um erro, grande vacilação
Mal eu te conheci
Me rendi, me entreguei por inteiro
Entreguei as chaves do meu coração 
(E em troca?)
Em troca desprezo, frieza
Foi o que você me deu
Quando perguntam por min
Faz questão de afirmar que já me esqueceu
As lembranças daqueles momentos 
Perderam a graça, viraram lamentos
E agora quem não quer mais saber
Justamente sou eu!
Se alguém me perguntar de você
É melhor nem imaginar o que vou responder
Sem titubear respondo na lata
Nunca mais quero saber dessa pessoa ingrata
Insensata, de  pouca confiança
É de pouca confiança
Finge que ama, dá esperança
Pra depois abandonar
Tá aí uma pessoa
Que nunca mais quero encontrar

Seguirei o meu caminho
Melhor que seja sozinho
Mesmo que seja sozinho
Seguirei o meu caminho
Quebrada, beco, viela
Qualquer lugar sem ela
Nunca mais quero saber
Obrigado por me esquecer

ADEUS JACOBINA

O Vei Jacobina, pseudônimo de Valdemar Ramos Oliveira que faleceu essa semana no sertão da Bahia dend'os 93 anos que ia interar em julho...