A PELEJA REPORTADA- Cego Aderaldo vence Zé Pretinho do Tucum

É  um dedo, é  um dado, é  um dia
É  um dia, é um dedo é  um dado 
No dia marquei a hora
No dedo butei anel
No dado joguei a sorte
Saí da briga sem corte
Estou de corpo fechado
De tanto o povo atiçar 
O encontro foi marcado 
É um dado, é  um dedo é  um dia
É  um dia, é  um dedo, é um dado
O que conto foi verdade
Nada aqui foi inventado
O Crato inda lembra
Desse dia memoravo
Num lembro se foi na Praça 
Ou na frente do mercado
Tem gente que noticia 
Foi na porta da igreja
Ao pé da escadaria
Pro redor tava lotado 
Uma grande  euforia 
O Coliseu tava formado 
Assim o povo dizia:
Um negro  com a viola de lado
Um cego com rabeca e sem  guia
Na busca de um trocado 
Duelaram na porfia
É  um dia, é um dedo é  um dado 
É  um dado , é  um dedo , é  um dia
No dado joguei a sorte
No dedo butei  anel
No dia marquei a hora
Para quem me desafia
Poder tomar uma surra
De rabeca e poesia
É  um dia, é um dedo é  um dado 
É  um dado , é  um dedo, é  um dia
Se medrou saia correndo
Pique a mula  avexado 
Se topar  me enfrentar 
Vai sair envergonhado
Seu cantar é meia boca
E o repente e meu roçado  
É  um dado, é  um dedo , é um dia
É  um dia, é um dedo é  um dado 
Se eu fosse Zé Pretinho 
Aderaldo não venceria 
Não tinha me apertado 
Ele quem gaguejaria 
Não sairia empolgado
Arrotando  valentia 
É  um dia, é um dedo é  um dado 
É  um dado, é um dedo, é um dia
Mas Zé Pretinho cochilou 
Aderaldo entrou afiado 
Zé  pensou tá  por  cima 
Descambou acidentado 
Aderaldo fez trava língua
E  não foi acompanhado
Se tornando naquele  dia
O cego mais afamado
Seu feito na cantoria
Até hoje é  aclamado 
É  um dado, é  um dedo, é um dia
É  um dia, é um dedo é  um dado

Nenhum comentário:

ADEUS JACOBINA

O Vei Jacobina, pseudônimo de Valdemar Ramos Oliveira que faleceu essa semana no sertão da Bahia dend'os 93 anos que ia interar em julho...