É um dedo, é um dado, é um dia
É um dia, é um dedo é um dado
No dia marquei a hora
No dedo butei anel
No dado joguei a sorte
Saí da briga sem corte
Estou de corpo fechado
De tanto o povo atiçar
O encontro foi marcado
É um dado, é um dedo é um dia
É um dia, é um dedo, é um dado
O que conto foi verdade
Nada aqui foi inventado
O Crato inda lembra
Desse dia memoravo
Num lembro se foi na Praça
Ou na frente do mercado
Tem gente que noticia
Foi na porta da igreja
Ao pé da escadaria
Pro redor tava lotado
Uma grande euforia
O Coliseu tava formado
Assim o povo dizia:
Um negro com a viola de lado
Um cego com rabeca e sem guia
Na busca de um trocado
Duelaram na porfia
É um dia, é um dedo é um dado
É um dado , é um dedo , é um dia
No dado joguei a sorte
No dedo butei anel
No dia marquei a hora
Para quem me desafia
Poder tomar uma surra
De rabeca e poesia
É um dia, é um dedo é um dado
É um dado , é um dedo, é um dia
Se medrou saia correndo
Pique a mula avexado
Se topar me enfrentar
Vai sair envergonhado
Seu cantar é meia boca
E o repente e meu roçado
É um dado, é um dedo , é um dia
É um dia, é um dedo é um dado
Se eu fosse Zé Pretinho
Aderaldo não venceria
Não tinha me apertado
Ele quem gaguejaria
Não sairia empolgado
Arrotando valentia
É um dia, é um dedo é um dado
É um dado, é um dedo, é um dia
Mas Zé Pretinho cochilou
Aderaldo entrou afiado
Zé pensou tá por cima
Descambou acidentado
Aderaldo fez trava língua
E não foi acompanhado
Se tornando naquele dia
O cego mais afamado
Seu feito na cantoria
Até hoje é aclamado
É um dado, é um dedo, é um dia
É um dia, é um dedo é um dado
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