97 DISCOS LANÇADOS EM 1974
MANO CRIS (EU DISSE QUE IA)
Trabalhei de 6 da noite
Até 6 horas do dia
Serviço de manutenção
Horário de vigia
Só quem trampa no ABCD
E tem que voltar pra Osasco
Pode mensurar a dificuldade da jornada
Que eu enfrentaria
Ia na Quebrada do Cris
Achando que o surpreenderia
Com certeza ele duvidara
Quando disse que seu convite
Eu atenderia
Marquei que na sua Quebrada
No domingo eu iria
A logística do transporte
Obra de Engenharia
No ponto da Anchieta
6 e meia embarcaria
8 e meia em Osasco
Do trem eu desceria
Dali em diante ficou certo
Ele orientaria
Qual ônibus que pegava
Em qual ponto desceria
Depois do cemitério
Do farol eu voltaria
De logo encontrei uma treta
Na porta da bicicletaria
Vagabundo vai pro chão
Mecânico providencia
Noia não dorme de noite
Pra atrapalhar o dia
E agora o que faço
Entrei na mercearia
Bom dia Dona Menina
15 balas de banana
Da sua mercadoria
Cadê Cris que demora
De subir a Escadaria
Mas logo ele chegou
Fez valer a correria
Uma volta na Quebrada
Gastamos uma micharia
Ficamos muito loucos
Domingão só alegria
ESTILO NEGO DITO (Nas Quebradas do Itamar )
OUTRA VEZ O AMOR
Na beira do Maracaçumé
Assobiando e fazendo canções
Adelino fez sua profissão de fé
A sina de confortar corações
Cantando as peças que o amor prega
Com suas tristezas e desilusões
Sucessos inesquecíveis da música brega
Cantados por um passarinho
Aninhado no Maranhão
Estava triste por ter amado
A quem só lhe devolveu a ingratidão
Uma dor alojada em seu coração
Movia e comovia o embriagado
Cantor apaixonado do povão
Bebia, bebia porque sofria
Bebia assim como eu
Quem nunca bebeu algum dia
Nem amou nem tampouco sofreu
Bebe chora feito menino
Quem lembra é porquê não esqueceu
Quando lembrou doeu
Tava escutando Adelino
Quando conheci Madalena
Ouvindo Adelino eu estava
O passado hoje condena
Bebia cachaça e chorava
Inda choro pois ainda sei
Que quem tanto amei
Na verdade não me amava.
Vou deixar este bar
Sair pela rua, vou caminhar
Me iludi novamente
Vou me apaixonar
Sempre na minha mente
A ideia é quente
Um dia a gente
Vai se encontrar
Seja por onde for
Quero ver o desejo se realizar
Ao som do considerado cantor
Aprecio a sua beleza
Esqueço a tristeza
Outra vez o amor
BATUQUE NO MEU CORAÇÃO
RAPIDINHA ( A Crônica do Dia Seguinte)
ONDE NENA ESTÁ ?
DE SANFONA E SANFONEIROS
AS COISAS DAS ALAGOAS
Há 60 anos o Trio Nordestino lançou, do baiano Gordurinha Carta a Maceió falando sobre o deslumbramento de um alagoano com a então capital federal. Maceió que ganhou outro hino quando Carlos Moura escreveu Minha Sereia, que fez grande sucesso na Bahia onde toca até hoje.
Pode reparar que muitos ritmos e modalidades têm sua variante alagoana: xaxado, martelo, pagode, baião, galope, pife, maxixe, samba, coco de roda, folguedos, reisado , chegança, coco-ciranda .... e está por lá um dos nossos berços musicais. Baião das Alagoas gravado ppr Paulo Diniz gravou, de uma parceria com Juhareiz Correya, el Baião das Alagoas em 76 eu acho um dos baiões mais bem arranjados que já ouvi . Gonzaga e Clara Nunes gravaram Viola de Penedo de Luiz Bandeira, lindo baião de viola. Alceu, no ápice do udigrudi fez Espelho Cristalino que batizou o disco e a mina da história era uma baiana que morava em Maceió Alceu também gravou Martelo Alagoano no disco Cavalo de Pau; Zé Ramalho também tem uma música batizada de Martelo Alagoano. Tororó do Rojão, o Manoel Apolinário, craque de bola e do ritmo, alagoano que viveu e faleceu em Maceió, Sigura Minino
Foi nas Alagoas que Manoel Biano há 100 anos iniciou o Zabumba Cabaçal que ainda hoje vive no Zabumba Caruaru. Chiquinha Gonzaga gravou Xaxadinho das Alagoas com seu irmão Zé Gonzaga; Lili Melo gravou Xote Alagoano; Pedro Sertanejo gravou Forro. Alagoano e seu filho Oswaldinho o imitou
No célebre disco de Waldete e Seus Cometas, Adeus Jacobina tem samba de zabumba e isto é coisa do sertão baiano na divisa alagoana. Joana Flor das Alagoas acho uma das mais belas de Elomar
Das Alagoas vem o batuque de Palmares, tronco raiz da insubordinação negra e esse é um capítulo muito grande pra fazer aqui. O Aboio e a Cantoria de Repente, assim como o Coco de Embolada, também. Sabido que vem de lá a literatura universal de Graciliano de Vidas Secas São Bernardo.
A cultura alagoana chegou até mim através dos imigrantes que vieram pra região trabalhar nas monoculturas do algodão nos anos 30/40 do século passado; depois vieram o feijão, a mamona e o sisal. Muitos acabaram ficando por aqui e a proximidade do Rio São Francisco tornava não tão longe esse o intercâmbio. Atraves desse povo nas visitas, conversas, convivência muito aprendi sobre lá.
Tanto ainda teria pra dizer o quanto me influenciou as coisas da terra alagoana
https://youtu.be/jBgT4_qQMog?si=rFH5T8hJg2hCMf3q
A LITERATURA ME FEZ ESCREVEDOR
A PALAVRA É FERRAMENTA
CORAÇÃO INSANO (UM DISCO DE WALDICK SORIANO)
DO CORDEL
A VANGUARDA COMBATE A REAÇÃO
97 DISCOS LANÇADOS EM 1974
Relacionei 97 álbuns lançados em 1974 que já escutei nessa orelhuda jornada de apreciador sonoro. O Blues, o jazz, a soul, a música latina ...
-
Em Yoruba os adjetivos sempre são escritos após o substantivos. Os adjetivos não fexionam em gênero e número, quer dizer, não possui...
-
Ontem eu fiz uma lista com 30 discos do maranhão que eu já ouvi e acho básicos e alguém me perguntou: " e da Bahia, tu sabe de 30?"...