OS 3 MENINOS DE PAPETE:: CÉSAR NASCIMENTO, ERASMO DIBEL E CARLINHOS VELOZ


por Hamilton Britto

Quando conheci o maravilhoso som do percussionista, cantor e compositor Maranhense, eu tinha uns 15 anos de idade, morava em Itaberaba, interior da Bahia, metade dos anos 80. E conheci, ao mesmo tempo, os discos: Bandeira de Aço, Planador e Berimbau e Percussão; Água de Coco ele já tinha lançado, mas só vim a conhecer anos depois.

Sua obra me foi apresentado ´por um amigo que era bancário e já tinha trabalhado em Imperatriz e Marabá por um banco estatal nordestino.

Fui fisgado de imediato por aquele som de matracas e pandeirões, os temas de Boi e do maranhão, até hoje escuto e gosto, bastante demais, de Papete, parece que quanto mais escuto, mais gosto.

E se passaram 8 anos entre eu ter escutado Papete pela primeira vez e migrar pra São Paulo, onde logo comprei Voz dos Arvoredos, Bela Mocidade, Rompendo Fogo  e Água de Coco, numa promoção  na Praça da República. Aquele era um tempo triste para o vinil, com o advento do CD, quase todo mundo achava que o disco tinha chegado ao fim; perdeu valor e preço. E disso eu me aproveitava para comprar aquelas novidades sonoras inacessíveis na Bahia.

Uma das delas, notei logo de cara,  a diversidade dos compositores gravados por esse José Ribamar e a qualidade também; nestes álbuns que comprei em SP me chamaram a atenção 3 compositores que  desconhecia e eram da "nova geração" maranhense que Papete dava voz no início dos 90. Em Bela Mocidade (1991) e Voz dos Arvoredos(1992) Erasmo Dibel comparecia com Primícias e Filhos da Precisão; César Nascimento com Reggae Sanfonado e Carlinhos Veloz em dueto com Papete  em Maracá/Curumim, destaque também pelos vocais lindamente colocados por ele nessa música, fiquei de queixo caído.

Esses 3 artistas ficaram marcados na minha memória e passei a procurar conhecer o trabalho deles; uma coisa ali, outra aqui, mas, sem internet era muito difícil, até que lá pelo ano de 98, trabalhei com um colega eletricista que era do Maranhão e conhecia aquele caldeirão musical muito bem. Ele me inteirou de quem era quem, das histórias, dificuldades, trabalho dos artistas e, como ele trabalhava cantando eu fui aprendendo um pouco mais sobre a música do Maranhão que, naquela época em Sampa estava em destaque, principalmente pela chegada da Tribo de Jah, que foi um fenômeno inicial com um trabalho de reggae muito bom.

Mais, escutar esses caras, demorou, somente nesse século que, pela internet foi aparecendo materiais sonoros produzidos por eles. É um trabalho interessante, moderno, pop, tem balanço, groove; une elementos da regionalidade maranhense, os ritmos nordestinos, MPB e as influências latinas, notadamente do som caribenho. As letras, que primeiro me chamou a atenção, são muito boas, 3 grandes poetas, 3 belas vozes

. Fazem um som inclusivo, sem elementos pejorativos. Muito boa a qualidade das gravações, os músicos acompanhantes são muito bons, também.

Aqui estão representados por 1 disco de Carlinhos Veloz, 1 de César Nascimento e 1 que é fruto de um projeto conjunto dos 2, chamado Baião de 2.

Infelizmente, Erasmo Dibel ainda não consegui um LP para digitalizar nem consegui nas minhas pesquisas digitais, Tô na correria, fico devendo, mais vai um vídeo da música Filhos da Precisão gravada por ele no disco Sarará, muito bom, por sinal.










 

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