Trabalhei na Mooca, na divisa com o Brás pela
Radial Leste, depois do viaduto da linha férrea, já que São Paulo para se
localizar se começa pela Sé. Então, era eletricista e fui trabalhar numa obra
na antiga fábrica das Alpargatas onde se fazia camisas Guararapes, calças US
TOP e Kichutes: uma faculdade comprou as instalações que abrangiam 2
quarteirões e es estava adequando para ser um Campus, essa faculdade tinha uma
Rádio que só tocava rock, a Brasil 2000, a galera daquele tempo sabe. Eu fazia
tubulação de Eletroduto PVC moldado à fogo de maçarico a gás de botijão, a
gente carregava o de 2KG que nós mesmos fazíamos as transferências de botijões
grandes, cada vez que fazia isso me sentia numa roleta russa pois as condições
eram precárias. A execução era foda, esquentava o tubo de 3 metros de forma que
ele ficasse com pelo menos 80$ da sua extensão maleável, elástica, tinha que
ser craque; tinha que passar colado às vigas sinuosas da construção antiga, eu
tinha um macete: cortava sacos vazios de cimento e colocava de molho na água,
encostado o tubo as vigas, eu fazia buchas com o papel molhado para resfriar o
polímero, batata, num errava um.
Ainda tinha a baba na quadra durante o horário do
almoço, a marmita era devorada na arquibancada se o time perdesse uma, pois
era10 minutos ou 2 gols cada disputa sempre com 2, 3 times foras; verão de 89,
sol trincando;
Sim, Mooca para mim lembra Greve Geral de 17,
organizações operárias, imigração italiana e Adoniran por causa de saudosa
Maloca eu dava uns rolês por ali pra pegar ônibus, trem, o metrô, naquela época
eu fazia uso de substância entorpecente tipo maconha e passava nesses rolês
fumando (um só pra disfarçar, escreveu o amigo Silas Henrique subido a Ladeira
da Preguiça (onde andarás, morava na rua da Ajuda) e Gerônimo gravou, Gil Félix
e Passo 48 cantavam também), Eu viajava no lance dessa música onde ele dizia
que a maloca foi legalizada através da ajuda de um fiscal e tinha um
churrasquinho onde eu tomava 2 pongas e um churrasquinho que a galera que
frequentava marcava os pontos lá e dizia:
- Lá no Lar dos Vagabundos
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