1-
O que motivou lançar essa coletânea?
- Com essa nova onda de plataforma digitais e playlist eu senti a necessidade de lançar um material elaborado sem ser algo aleatório, e que fizesse o papel de divulgação, o que realmente é o papel da coletânea, apresentar novos artistas e levar o interesse do público para os trabalhos individuais dos participantes. Até meados da década de 2000 se tinha um volume grande de coletâneas principalmente no cenário independente, e conforme o cd foi ficando de lado e plataformas digitais tomando uma proporção gigante, e se focou muito no individualismo, cada um montando as suas playlist conforme seus gostos pessoais, com isso acredito que o lance de divulgação ficou mais democrático, mas perdeu a essência da coletânea. Por isso estamos trazendo essa formula para ativa novamente, mesmo que seja no formato digital, que é o principal formato de lançamento hoje.
2-
O primeiro álbum já traz o aviso de continuação,
então o volume 2 já está em gestação, tem prazo, periodicidade?
- Na construção do primeiro volume muita coisa ficou de fora, que da para completar mais uns 3 volumes. Para os próximos lançamentos quero pesquisar melhor e trazer novos elementos, diversificando mais os ritmos, e olhando mais pra cima do nosso território geográfico, dando uma atenção para o norte, nordeste e centro oeste, onde tem uma galera fazendo um som bacana. Não queremos deixar as nossas coletâneas focada em um só estilo, a nossa cultura é gigante e merece atenção.
3-
Como foi montado o repertório e como foi juntar
essa galera, porque canais?
- Quem
me deu o toque de montar a coletânea foi o Stevan Zanirati da banda Caminhante
Flutuante, eu já pensava em algo mas pensava a longo prazo. Com o toque dele
resolvi focar na coletânea. Ele me deu alguns nomes e eu fui fazendo contando
com a galera que foi aceitando, teve alguns que fiz contato mas como já tinha
selo administrando os lançamentos deles, não quis atravessar e foquei no
pessoal que não tem selo. A única exceção foi o Everton Cidade que tem o seu
próprio selo, mas fizemos uma parceria.
4-
Quantos lançamentos
do Selo Bem Bolado até agora e quais os próximos lançamentos?
- Lançamos 4 discos até agora Palavras (meu) a
coletânea Super Sons, o álbum do George Christian e da Iarly Patricio, e o EP
Edmar Dub. Estamos já elaborando o segundo volume da coletânea Super Sons, o
meu novo álbum Origens, e estamos negociando com alguns artistas. Esse ano
pretendemos fechar com pelo menos com 8 bons álbuns no nosso catálogo.
5-
Pra encerrar essa zapitrevista, gostaria de agradecer
sua atenção, dizer que sou fã dos seus discos, tenho uma afeição especial pela
Orquestra Fantasma mas Salsa Paulistana, o DUB, o Blues, Palavras, o recente e acompanho
sua atividade na web e vejo que você conhece muito de música é um bom músico e um
ouvinte atento às novidades e pesquisa muito. Poderia citar um disco que você gostaria de ter produzido ou
lançado que não os seus ou o SUPERSONS?
- Eu
poderia citar vários álbuns que eu gostaria de ter produzido, mas vou citar o
álbum volume 3 do Paulo Sérgio de 1969. Ai longo da minha vida venho ouvindo e
acho um álbum perfeito tantos nos arranjos de base e nos arranjos de cordas e
metais. O Miguel Plopschi fez uma ótima produção e os arranjos do maestro
Perruzi é implacável.
Acho a
sua escolha muito próxima a minha. Coração Louco tem arranjos do Maestro Agostinho
Silva umas inserções parecidas e com carimbó, funk, jovem guarda, gafieira, rojão.
Elino mais tudo bem, pra frente, pra cima, Paulo Sérgio mais introvertido,
sentido.
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