OS SONS BEM BOLADOS DE EDMAR SILVA (Zapintrevista)

A BemBolado Discos lançou  a coletânea intitulada Super Sons VOLUME I com 15 músicas feitas por gente estremanente talentosa que vive a diária batalha de divulgar seu trabalho sem que virem marionetes da indústria; eles produzem seus sons e fazem a guerrilha de divulgação pelas plataformas digitais, grupos em redes sociais e aplicativos e mensagens, usam todos os meios que a tecnologia permite que sejam usados pra divulgação. 
Também usam os métodos, não diria  que sejam antigos porque em muitas casos não foram superados e aí da são bastante utilizados. Fazem shows, se apresentam em feiras, praças, nos butecos da Quebradas, na quadras, nas escola,  no transporte público, nos encontros, vivemva música, a fazem e a mostram. E sempre foi muito difícil pro artista divulgar o seu trabalho sem o comprometê-lo, sem sujeitá-lo às mediações  do dinheiro, da interferência da ingerência, da modificação da sua proposta.
E foi exatamente na intenção de facilitar esse contato entre o artista e o público que o incansável Edmar Silva, músico com certo tempo de estrada , alguns ótimos discos lançados, articulou uma intera e jogou a BemBolado Discos na fita. Pra gravar e mostrar que existe uma cena ativa, antenada com a realidade, posicionada. Palavras, do próprio Edmar, foi o primeiro álbum lançado pelo selo que agora chega com Super Sons Volume I  trazendo a expectativa de agitar a cena.
E para falar um pouco de tudo isso, trocamos umazideia com Edmar Silva, articulador do Bem Bolado

1-      O que motivou lançar essa coletânea?

 - Com essa nova onda de plataforma digitais e playlist eu senti a necessidade de lançar um material elaborado sem ser algo aleatório, e que fizesse o papel de divulgação, o que realmente é o papel da coletânea, apresentar novos artistas e levar o interesse do público para os trabalhos individuais dos participantes. Até meados da década de 2000 se tinha um volume grande de coletâneas principalmente no cenário independente, e conforme o cd foi ficando de lado e plataformas digitais tomando uma proporção gigante, e se focou muito no individualismo, cada um montando as suas playlist conforme seus gostos pessoais, com isso acredito que o lance de divulgação ficou mais democrático, mas perdeu a essência da coletânea. Por isso estamos trazendo essa formula para ativa novamente, mesmo que seja no formato digital, que é o principal  formato de lançamento hoje.

2-      O primeiro álbum já traz o aviso de continuação, então o volume 2 já está em gestação, tem prazo, periodicidade?

 - Na construção do primeiro volume muita coisa ficou de fora, que da para completar mais uns 3 volumes. Para os próximos lançamentos quero pesquisar melhor e trazer novos elementos, diversificando mais os ritmos, e olhando mais pra cima do nosso território geográfico, dando uma atenção para o norte, nordeste e centro oeste, onde tem uma galera fazendo um som bacana. Não queremos deixar as nossas coletâneas focada em um só estilo, a nossa cultura é gigante e merece atenção.

3-      Como foi montado o repertório e como foi juntar essa galera, porque canais?

- Quem me deu o toque de montar a coletânea foi o Stevan Zanirati da banda Caminhante Flutuante, eu já pensava em algo mas pensava a longo prazo. Com o toque dele resolvi focar na coletânea. Ele me deu alguns nomes e eu fui fazendo contando com a galera que foi aceitando, teve alguns que fiz contato mas como já tinha selo administrando os lançamentos deles, não quis atravessar e foquei no pessoal que não tem selo. A única exceção foi o Everton Cidade que tem o seu próprio selo, mas fizemos uma parceria.

4-      Quantos  lançamentos do Selo Bem Bolado até agora e  quais os próximos lançamentos?

 - Lançamos 4 discos até agora Palavras (meu) a coletânea Super Sons, o álbum do George Christian e da Iarly Patricio, e o EP Edmar Dub. Estamos já elaborando o segundo volume da coletânea Super Sons, o meu novo álbum Origens, e estamos negociando com alguns artistas. Esse ano pretendemos fechar com pelo menos com 8 bons álbuns no nosso catálogo.


5-      Pra encerrar essa zapitrevista, gostaria de agradecer sua atenção, dizer que sou fã dos seus discos, tenho uma afeição especial pela Orquestra Fantasma mas Salsa Paulistana, o DUB, o Blues, Palavras, o recente e acompanho sua atividade na web e vejo que você conhece muito de música é um bom músico e um ouvinte atento às novidades e pesquisa muito. Poderia citar  um disco que você gostaria de ter produzido ou lançado que não os seus ou o SUPERSONS?

- Eu poderia citar vários álbuns que eu gostaria de ter produzido, mas vou citar o álbum volume 3 do Paulo Sérgio de 1969. Ai longo da minha vida venho ouvindo e acho um álbum perfeito tantos nos arranjos de base e nos arranjos de cordas e metais. O Miguel Plopschi fez uma ótima produção e os arranjos do maestro Perruzi é implacável.

Acho a sua escolha muito próxima a minha. Coração Louco tem arranjos do Maestro Agostinho Silva umas inserções parecidas e com carimbó, funk, jovem guarda, gafieira, rojão. Elino mais tudo bem, pra frente, pra cima, Paulo Sérgio mais introvertido, sentido.


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