CHURRASCO DE PIRANHA

Tava eu na Quixabeira
Na casa de Crispim 
Na brasa um churrasco de piranha
Se dava um samba
Chula, cachaça e manha
Quando chamaram por mim
Era Anadissor que desceu a montanha
Pra me chamar pr'oto samba no Arto do Capim
Na casa de Cosme e Dona Damiana
Sambador de ortela
Na piega apanha
Se vier de balela
Já sabe num ganha
A moita é de calumbi
Sabe que se arranha.

Oi samba lá
Samba aqui
Samba aculá

Eu disse Dissor:
Deixar a casa de Crispim 
Vai dar trazer dissabor
Ficano ruim pra mim
Ele largou no sisal o motor
Deu adiscurpa para o seu patrão
Dizeno que tinha uma preocupação
Uma parente levar pro dotor
Deu pra adiscurpa pro seu fiador
Não pagou o fiado
Passou em Irineu
Disse que num recebeu
Tava sem dinheiro
Trabalhou dobrado e a grana num deu

Oi samba lá
Samba aqui
Samba aculá

Se mandou pro açude
De noite era breu
Mais ele sabia as artimanha
E assim sucedeu
Jogou a tarrafa
Malha de piranha
A bicha vei cheia
Na venda comprou banha
Deu o peixe pra tratar na meia
Estava de barriga cheia
Por isso recusou a ceia
Atravessou o carrasco
Chamou cavalo na peia
Pra providenciar o churrasco.
É um cabra decente
De pronto convidou a gente

Oi samba lá
Samba aqui
Samba aculá

Estamos aqui
É uma disfeita agora parti
Eu respondo  por mim
Não é certo nem coerente
A num ser que Crispim
Quisesse ir mais a gente
Tô com uma chula na mente
Pra nois apresentar no Alto do Capim.

Oi samba lá
Samba aqui
Samba aculá

E foi eu, Anadissor e Crispim
Sambar chula e beber cachaça
No alto do Capim
E nois sambou a noite  inteira
Parecia que num ia ter fim
Aquela brincadeira
Sambador nois se dá o respeito
E chula se canta assim
Pode ser na Quixabeira
Ou no Alto do Capim

Oi samba lá
Samba aqui
Samba aculá

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