A aranha nunca arranha
Sua cadeia é a própria teia
Canarinho afinando seu canto
Me serve de acalanto
Uma borboleta suga o sumo
Pra viajar no seu rumo
De um caminho belo
Brotou um cogumelo
Na galha do umbuzeiro
Acima do formigueiro
Pois cigarra que não seja
Não estevre, pode ser que nunca esteja
No passo de algum tango
Na mira de um calango
Lá de cima do lajedo
Nunca tive, nunca terei medo
Nem da abelha e nem do fel
Nem de jagunço ou coronel
Nem do Deus persa, nem dos hebreus
Meu ponto fraco nos olhos teus
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