JESSE OWENS A CORRIDA CONTRA O RACISMO E O NAZISMO

Em época de olimpíadas sempre se fala em Jesse Owens que, em 36 na nazificada Berlim levou 4 ouros: nos 100 e 200 metros rasos, no salto em distância e no revezamento 4 x 100 metros. Sua vitória muito desagradou o fuher, pois, as vitórias do negro faziam ruir, no atletismo, o discurso da supremacia ariana.

Aquela altura, JC tinha 23 anos de idade e faziam 9 que ele, caçula de 10 irmãos, e neto de escravos havia, junto com sua família migrado para o Ohio numa marcha de mais de 1,5 milhão de pessoas que fugiram da segregação sulista do Alabama. Enquanto estudava numa escola mista trabalhava como engraxate para ajudar nas despesas de casa e em 1930 começou a  se dedicar ao atletismo mas, embora tenha disputado as seletivas para os jogos de Los Angeles em 32 não se classificou. Em 33, disputou 79 provas e venceu 75 o que lhe possibilitou uma bolsa na Universidade Estadual do Ohio; trabalhava como ascensorista estudava no elevador. Não podia dormir nos alojamentos da Universidade pois não aceitavam negros por lá então dividia o aluguel com outros colegas e fazia sua própria comida pois no refeitório da Universidade não serviam negros.

Após os jogos Jesse passou a fazer apresentações para se manter e foi expulso da Associação de Atletas acusado de ter se tornado profissional, o que não era admitido. Foi monitor de criança, frentista e até abriu uma lavanderia. Nos anos 50 trabalhou para o departamento de Estado como Embaixador da Guerra Fria promovendo o atletismo.

Na volta pra casa, depois de ser homenageado pelas ruas com chuva de papel picado pelas ruas de NY,  foi obrigados usar o elevador de serviços no  Waldorf Astoria, onde seria homenageado.

Somente no final da sua vida veio a admitir ter sido vítima de preconceitos e discriminação racial quando declarou que sua maior vitória não fora ter  enfrentado o nazismo e, sim, ter abalado o sistema de discriminação racial nos Estados Unidos. Mas só veio a admitir  ter sido vítima de racismo no final da vida . Não marchou com o pastor King e, na Cidade do México nos jogos de 68 condenou o protesto de Tommie Smith e John Carlos que ergueram os punhos cerrados em alusão a luta dos Panteras Negras, fato pelo qual se retratou e pediu desculpas públicas.

Morreu em 1980 decorrente de complicações pulmonares.

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