60 ANOS DO FORRÓ PÉ-DE-SERRA

      Tentam ocultar a importância do forró na música brasileira.

A historiografia oficial registra que foram os tropicalistas que abriram o caminho para a geração setentista do pessoal do Ceará, Pernambuco e Paraíba, sobretudo, divulgar a música nordestina.

O movimento forrozeiro que começou com Zé do Norte, Manezinho Araújo, Jararaca e Ratinho nos anos 40; a década de 50 teve na primeira metade Gonzagão, Gordurinha, Venâncio e Corumba e Jackson do Pandeiro e na segunda veio de mangote: Gerson Filho, Abdias, Marinês, João do Vale, Zé Calixto, Trio Nordestino, Antônio Barros, Zito da Borborema, Dominguinhos, Onildo Barbosa e outros que reforçaram ainda mais o terreno pra vida de Noca do Acordeon, Jacinto Silva, Elino Julião, Messias Holanda, Toinho da Sanfona, Pedro Sertanejo, Tororó do Rojão, Zé Paraíba, Luiz Vieira, Trio Mossoró. Esses que citei são todos de antes da onda Tropicalistas.

Aliás, Carcará que deve ter sido a primeira gravação da turma na voz de Maria Bethânia é composição nordestina e sobre os nordestinos de João do Vale e José Cândido que teve no Trio Mossoró seu primeiro registro e os irmãos Oséas Lopes, Hermelina e João Mossoró gravaram também, de Luiz Vieira, com temática nordestina Carcará de Botina e Chapelão.

Só pra ilustrar dizendo que existia uma cena musical nordestina antes do som universitário, muitos artistas e um grande público formado por imigrantes, trabalhadores longe da sua terra natal, muitos salões e muitas festas onde o pessoal se apresentava. Mas era som de pobre, gente sem estudo, sem o glamour pequeno burguês da MPB.

Era o pé-de-serra

Considera-se 1962 como a data de nascimento do forró pé-de-serra. Foi o ano que Pedro Sertanejo, afamado tocador, concertador e afinador de sanfonas rumou de Euclides da Cunha no alto sertão baiano para São Paulo de matulão, família e sanfona e lá se estabeleceu formando um polo de aglutinação do forró nordestino em torno dos sanfoneiros e músicos estabelecidos, principalmente, na Grande São Paulo. Pedro Sertanejo formou conjunto, abriu casas de show, produziu e empresariou músicos, gravou discos e abriu até gravadora para poder registrar a produção desse pessoal.

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