Há 60 anos o Trio Nordestino lançou, do baiano Gordurinha Carta a Maceió falando sobre o deslumbramento de um alagoano com a então capital federal. Maceió que ganhou outro hino quando Carlos Moura escreveu Minha Sereia, que fez grande sucesso na Bahia onde toca até hoje.
Pode reparar que muitos ritmos e modalidades têm sua variante alagoana: xaxado, martelo, pagode, baião, galope, pife, maxixe, samba, coco de roda, folguedos, reisado , chegança, coco-ciranda .... e está por lá um dos nossos berços musicais. Baião das Alagoas gravado ppr Paulo Diniz gravou, de uma parceria com Juhareiz Correya, el Baião das Alagoas em 76 eu acho um dos baiões mais bem arranjados que já ouvi . Gonzaga e Clara Nunes gravaram Viola de Penedo de Luiz Bandeira, lindo baião de viola. Alceu, no ápice do udigrudi fez Espelho Cristalino que batizou o disco e a mina da história era uma baiana que morava em Maceió Alceu também gravou Martelo Alagoano no disco Cavalo de Pau; Zé Ramalho também tem uma música batizada de Martelo Alagoano. Tororó do Rojão, o Manoel Apolinário, craque de bola e do ritmo, alagoano que viveu e faleceu em Maceió, Sigura Minino
Foi nas Alagoas que Manoel Biano há 100 anos iniciou o Zabumba Cabaçal que ainda hoje vive no Zabumba Caruaru. Chiquinha Gonzaga gravou Xaxadinho das Alagoas com seu irmão Zé Gonzaga; Lili Melo gravou Xote Alagoano; Pedro Sertanejo gravou Forro. Alagoano e seu filho Oswaldinho o imitou
No célebre disco de Waldete e Seus Cometas, Adeus Jacobina tem samba de zabumba e isto é coisa do sertão baiano na divisa alagoana. Joana Flor das Alagoas acho uma das mais belas de Elomar
Das Alagoas vem o batuque de Palmares, tronco raiz da insubordinação negra e esse é um capítulo muito grande pra fazer aqui. O Aboio e a Cantoria de Repente, assim como o Coco de Embolada, também. Sabido que vem de lá a literatura universal de Graciliano de Vidas Secas São Bernardo.
A cultura alagoana chegou até mim através dos imigrantes que vieram pra região trabalhar nas monoculturas do algodão nos anos 30/40 do século passado; depois vieram o feijão, a mamona e o sisal. Muitos acabaram ficando por aqui e a proximidade do Rio São Francisco tornava não tão longe esse o intercâmbio. Atraves desse povo nas visitas, conversas, convivência muito aprendi sobre lá.
Tanto ainda teria pra dizer o quanto me influenciou as coisas da terra alagoana
https://youtu.be/jBgT4_qQMog?si=rFH5T8hJg2hCMf3q
Nenhum comentário:
Postar um comentário