Vários dias que não
comia
Vivia do wi-fi
emprestado pela vizinha
Que chamava de tia
E há dias não
a via
Será que também
padece?
(Taí alguém que não
merece)
Na net a
gente esquece
Espairece o
sofrimento
Virtualmente, as
coisas são boas
Se ao menos o INSS
desse Deferimento
Ao seu pedido de
LOAS
Vendia o ferro de
passar roupa, o dvd
Prancheta, escova
de fazer o black
(Já dava pra
comprar um back)
Vendia o som 3 em 1
(disco nenhum!)
Tinha outro celular
na fita, tela trincada
As cartelas de
remédios acabando
Os cara da biqueira
avisando (Tá foda Djhow!)
A fatura chegou, O
futuro acabou
No desespero
Apontando a marmita
fria de comida sem tempero
Ofereceu (meu!), o
violão
Já não bastava não
ter o que comer
Ter fogão
E não poder acender
Depois que acaba o
gás
Do botijão
O isqueiro tá só a
pedra (também sem gás!)
Nem uma bagana
perdida pelo chão
Caso ache (de praxe!)
não vai poder acender maisss
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