PAISAGEM CILIAR

 Veno na beira do rio

Garranchos de algarobas, esturricados

No lugar da mata nativa

Um rio morto, esburacado

Onde o povo pega água de motor

Em poços perfurados, no areião

E as valetas feitas de trator

Os passarinhos tem que pousar no chão

As garças catam carrapatos na criação

Um cavalo preso num pasto que não tem capim

Terra nua resultado da devastação

Triste pra mim

Vendo isso acontecer em pleno sertão

 

 

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