IVSON VANDERLEY, o Ivinho. GRANDE GUITARRISTA E VIOLEIRO


Eu não conheci Ivinho; mas conheço um cara que conheceu, um poeta do Norte que fazia arte urbana, pra lá de contemporânea; mais, ele viveu entre os artistas olindenses e recifenses no final dos anos 80 e Ivinho era figura frequente na cena e esse poeta muito próximo do grande guitarrista nesse período. Após alguns anos ao ir embora de Pernambuco, esse poeta desembarcou em Salvador pra continuar a divulgação da sua poesia, se enturmou com os Poetas na Praça, que eu frequentava e já conhecia uma pá de figuras; o poeta também frequentava, na Soterópolis,  a Livraria Graúna, que era referência da galera que havia enfrentado a Ditadura na Bahia e onde trabalhava meu amigo cearense, caririrense que eu havia conhecido em 87 em Fortaleza me apresentado a História de Gregório Bezerra, o som de Abidoral Jamacaru, Lula Fidélis, Eugênio Leandro, Tiago Araripe e Papa poluição. Fomos muito amigos e mantemos diálogo até hoje.
Ivinho eu havia, primeiramente, escutado sem saber quem era. Nos discos de Alceu! Antes dos 10, eu já ouvia e gostava daquele som; menos o álbum VIVO! Somente vim a escutá-lo em 1990, já casado e com 20 anos de idade.  AVE SANGRIA, antes disso, eu devia ter uns l6, 17; as coisas dele antes dessa banda, descobri a pouco tempo: Os Selvagens, Feira Experimental, Tamarineira Village, essas coisas só recentemente.  Paebiru, o lendário disco encabeçado por Lula Cortez e Zé Ramalho, foi bem mais tarde, em 2005 que vim descobrir que existia.  Com 11, 12 lembro de em casa ter aparecido o uma fita do disco solo de Montreaux (também gravou o de Gil) , meu Coroa era antenado com as coisas e ele sabia quem tocava com quem naquele tempo porque ele escutava, pois possuía e pesquisava, discos lendo capa, contra capa , selo e encartes. O som daquela viola me marcou pra sempre, trouxe um enorme apreço pelo cara que fez aquele som e, sempre estive atento à sua produção, procurando conhecer mais a sua obra e, sempre que se trata dele a minha admiração só tem aumentado com o passar dos anos, me identifico.
É o meu preferido dentre todos os guitarristas que já escutei, pela sua história, suas lutas, suas incoerências, sua lucidez e, assim como sua loucura. Sem desmerecer Hendrix, o maior de todos; Chucky Berry, Robertinho, Van Hallen, Robert Johnson, Lanny Gondim, Luiz Wagner e tantos outros, são muito bons mas Ivson Vanderley, sobretudo, é meu preferido porque em sua breve carreira e existência tocava guitarra tanto quanto vocês, na Viola vocês não chegavam nem perto dele e tinha uma atitude que me cativou
Como eu gostaria de tê-lo visto tocar.
Esse texto é dedicado ao ivinho, ao poeta que tomou vários porres de vinho com ele e vários de cachaça comigo.
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