SURREAL SOLITÁRIO

Um casebre no meio do que um dia já foi estrada

Hoje já não é mais nada 

O mato virou mata

O velho cemitério ruiu

A tranca do portão sucumbiu

Não há horário nem data

O calendário sumiu

Não há  ninguém, não há informações 

Nem primeira, nem segundas intenções 

O barulho do vento sob os paredões 

Rochosas formações 

Mas gente, gente mesmo?

                                  Não há 

Pouco importa que houve

Ou se haverá 

Estrada ou itinerário 

Real ou imaginário 

Só um surreal diálogo solitário 

De mim pra mim

Não digo sim

Não tenho certeza 

Um chute na mesa

Estou de bobeira 

Cansei da cadeira 

Vou sair por aí 

Essa ânsia precisa explodir 

Preciso dizer, preciso dizer

Preciso você 

Cadê, cadê, cadê … você 

Tá no pé da garganta, tá pra explodir 

Será que alguém vai ouvir. 

Me diz, me conta,  qual é….?

Saiba que estou aqui

Pode contar comigo 

Pra briga pro samba, pro trampo 

Que seja tranquilo,  que tenha perigo

Que tire o sono, que perturbe a paz 

Meu samba termina aqui

Desculpa a todos se falei de mais



PESCA DE FACHO

Massa, massa,  massa, Massambão 
Taba, taba, taba Tabaroa
Hoje eu vou pescar e já ouvi falar 
Que no Liberato tem uma lagoa
Que pra pesca é boa
Massa, massa,  massa, Massambão 
Taba, taba, taba Tabaroa
De dia pescar piaba
Dá de noite e a pescaria não acaba 
Cende a paia faz a pira
Piaba vira isca pra traíra
Hoje eu vou pescar e já ouvi falar 
Que no Liberato tem uma lagoa
Que pra pescar é  boa
Massa, massa,  massa, Massambão 
Taba, taba, taba Tabaroa

A ponte de pau é pra atravessar o rio
Vamo   pescar de facho
Pra poder fazer clarão
Palha seca acender vira é pavio
A traíra vem na panada do facão
Saracura canta, bate asa mergulhão
Juruti avoa
Massa, massa,  massa, Massambão 


A PALHA DO MILHO

Teve um ou uma sem-vergonha  Que entocou a palha  Era pra  encher a pamonha Pegaro, botaro pra secar e guardaro Pra  depois enrolar maconha ...