ESTRADA DO DESAGUAR

Seguino a estrada do desaguar
Não adiantam mais as semanas
Se quem já não mais vai chegar
Deixou seus passos na areia da  água 
Represada de tanta mágoa
Carrancismo por pirraça
O que não foi forjado na raça
Se evaporou, virou fumaça
A bordo de um comboio de cometas
Combo que  explode pedras
Com a força de 77 mil marretas
Estridentes que nem as trombetas
da Serra do Tombador
Vento assovia na ribanceira
Zanza na Macaqueira
E o som da carranca na raiz do maracujá
Enramado na sombra do Jatobá
Casca na cana caiana
Colher-de-pau, pilão de umburana
Mandacarú de facho
Cascável de rodilha na toiceira
Desceno rio abaixo
Na curva do Roncador
Lajedão do Riacho
Fazeno currião  e percata
Curtino o couro cru da vida ingrata
Chinelo de dedo
Pisa o espinho da  caatinga
carregano garotos sem medo 
Meu amigo, nunca mais
O mundo lhe foi pesado
A vida não lhe trouxe paz
8, 9 amigos te choram
E ninguém mais

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