PESCARIA CÓSMICA

 

Quando saio pra pescar
nuca esqueço os anzóis
passei pelo Maciel
eu fiz um corre pra nóis
se fizer frio de noite
abrigo embaixo dos lençóis
outro tipo de devoção
nem santos, tampouco heróis
a mais bonita das flores
num campo de girassóis
por ti viro uma fera
Ghengis, rei dos Mongóis
seus olhos queimam no escuro
são dois potentes faróis
que brilham no universo
o mais potente dos sóis
acendem pela galáxia
explodindo paióis

Una Payada

É oral e espontânea
Essa cantoria sucedânea
De quem, de certo, não morreu
Improvisada a palavra
Imprime a marca de  quem a  lavra
Que, neste caso, por acaso, sou eu
No traço da lida do dia-dia
Frases conduzem  a melodia
O que algum dia, foi dia de glória
Hoje, na parte ocultada da nossa  história
Esconde a  dor da  melancolia
Devastações   viram pastagens
Animais ruminando dores
Seus donos, quantificam valores
Atores recriam imagens
Cenas de ódio pra morrer de amores
Cessam mensagens
Estão mortas as flores!
Recicladas.  são  placas na estrada
Exibem a logo dos patrocinadores
Passo com a seta mirada
Evito os locais indicados
Sigo  porque tenho asas longas
Fui criado sem muitos cuidados
Sem muitas delongas
Sendo mais um da estirpe dos Bardos
Na payada faço  minhas milongas

BIITA

Morasse tu nessa poesia
Apaixonado a despertaria
Num amor maior que o dia
Antes dele ter começado 
Numa cama amarrado 
Em você eu ficaria
De teu corpo me alimentaria
Comendo o que de ti me fosse dado
De sopinha, de colher 
Minha dose de mulher
Tanta teia pra destecer
Muito sexo por fazer
Feliz só é quem acredita
A verdade seja dita
Eis que ouso  dizer
És a coisa mais biita 
Que me poderia acontecer

MUITO-MUITO

Uma declaração de amor 
Explícita 
Com uma proposta de cumplicidade 
Implícita 
Muita vontade de ser o seu amor, o seu safado, o seu nego
Habitar seus sonhos, sonhar carinho, colo e chamego
Tudo do bom e do melhor, sossego
Se antes não consegui dizer
Agora dou ciência e conhecer
É como imã esse apego
Estar junto de ti é um prazer
Quero o repouso do teu aconchego 
Tenho muito-muito amor a oferecer
Tive bem perto, nas fiquei paralisado
Não dominei meu querer
Mais dia, menos dia era certo que terias que saber
E me doía o que queria ocultado
Seja lá o que possa acontecer
Confirmo agora que estou apaixonado
E me interesso muito-muito por você.



PERFORMÁTICA

Seu louco requebrado 

Tem a ginga que é só tua

Esse corpo que adoro

Que à libido insinua 

Vou sair de onde moro

E mudar pra sua rua

Nas 4 estações do ano

Nas 4 fases da lua

Todo sonho que tô sonhando 

Sempre com presença sua

Segues  me negando 

Mas o sonho continua

Agressiva e formosa

Por entre o fogo flutua 

De roupa já tá gostosa 

Quem me dera quando nua


O GENRO SEM SORTE

 (uma toadinha de Vaquejada lembrando de Kara Véia) Gostaria de chamar de meu sogro Sinobilino  Que me conhece derna de minino Lá da Várzea ...