Jacobina não lembra, não houve comemoração mas, ocultado no esquecimento desse tempo de sentimentos fulgazes, memórias e memoriais nas fileiras da irrelevância, me cabe informar que em 12 de fevereiro último completou-se 100 anos do nascimento de Gaudêncio do Santos, o Véi Godenço, um homem de honra e respeito.
Provavelmente nascido na região do Genipapo da Carvalhada (Cafelândia), foi um dos primeiros tratoristas da imensa região que já foi Jacobina que ia das beiradas de Feira de Santana, e lambia o São Francisco; lotado na antiga Suvale, Codevasf hoje, muitas das antigas estradas e açudes desse sertão foram cortados por ele e pelo grande número de tratoristas que ele formou (meu pai, inclusive) ; aposentou-se no início dos anos 70 e, embora ganhando um salário razoável, nunca quis acumular patrimônio, seu dinheiro era " pra gastar e passar troco". Ajudar os amigos, bebidas, mulheres, fazer redes, tarrafas, visgueiras, cuidar dos cachorros, criar passaros, caçar e pescar eram seus divertimentos. Também garimpava.
Era valente, detestava cagueta e covarde; pegava serpentes pelo pescoço, de unha. Não temia homem nenhum; nem pro coroné Chico Rocha ele baixava a cabeça, jagunço num se metia com ele. Bom de cabeçada e capoeira, exímio jogador de fação (conhecia os 23 pontos), manobrava um punhal como ninguém. Atirar? Jogava a moeda pro ar e acertava no meio; também atirava de baladeira (arma indigena em forma de arco), me ensinou a fazer e atirar com baladeira de palha de licuri. Diziam que já matou onça com zagaia e bacamarte.
Conhecia o sertão mais do que a palma da sua mão, não gostava de futebol nem de televisão. Casou com D. Nega em 1948 e, com ela, criaram a minha mãe, meu avô, tenho orgulho.
Morreu em 1984, aos 66 anos de idade, após o terceiro AVC.
Provavelmente nascido na região do Genipapo da Carvalhada (Cafelândia), foi um dos primeiros tratoristas da imensa região que já foi Jacobina que ia das beiradas de Feira de Santana, e lambia o São Francisco; lotado na antiga Suvale, Codevasf hoje, muitas das antigas estradas e açudes desse sertão foram cortados por ele e pelo grande número de tratoristas que ele formou (meu pai, inclusive) ; aposentou-se no início dos anos 70 e, embora ganhando um salário razoável, nunca quis acumular patrimônio, seu dinheiro era " pra gastar e passar troco". Ajudar os amigos, bebidas, mulheres, fazer redes, tarrafas, visgueiras, cuidar dos cachorros, criar passaros, caçar e pescar eram seus divertimentos. Também garimpava.
Era valente, detestava cagueta e covarde; pegava serpentes pelo pescoço, de unha. Não temia homem nenhum; nem pro coroné Chico Rocha ele baixava a cabeça, jagunço num se metia com ele. Bom de cabeçada e capoeira, exímio jogador de fação (conhecia os 23 pontos), manobrava um punhal como ninguém. Atirar? Jogava a moeda pro ar e acertava no meio; também atirava de baladeira (arma indigena em forma de arco), me ensinou a fazer e atirar com baladeira de palha de licuri. Diziam que já matou onça com zagaia e bacamarte.
Conhecia o sertão mais do que a palma da sua mão, não gostava de futebol nem de televisão. Casou com D. Nega em 1948 e, com ela, criaram a minha mãe, meu avô, tenho orgulho.
Morreu em 1984, aos 66 anos de idade, após o terceiro AVC.
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Véio é o primeiro a partir da esquerda, as 3 pessoas grandes da direita são: mãe, painho e mainha |
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