A MORADA DE UM ZÉ NINGUÉM (Ao cronista dos infortúnios Lucas Evangelista)

A MORADA DE UM ZÉ NINGUÉM

                (Ao cronista dos infortúnios Lucas Evangelista)


A tramela trancada

Uma telha quebrada

O reboco ruiu

A furquilha lascada

Parede trincada

O alpendre caiu

A mesa virada

Dispensa escorada

O espelho sumiu

Imagem apagada

A palavra calada

Como que nunca existiu

Já é madrugada 

Não tem alvorada 

Felicidade partiu


Nada tem, nada vai, nada vem

Quem ficou que fique sem

Triste do dia que houve alguém

Tudo destruído, nada mais além

Morada do desdém

Nesse fracasso procura por quem

Perdido até o horário do trem

Atordoado também

Não cabe mas , nem porém

Dentro do peito nada  contém

O que sobra não convém 

Nem pra si nem pra outrem

O que tinha não se tem

Já não há  quem lhe queira bem

A casa é morada de um Zé Ninguém

O GENRO SEM SORTE

 (uma toadinha de Vaquejada lembrando de Kara Véia) Gostaria de chamar de meu sogro Sinobilino  Que me conhece derna de minino Lá da Várzea ...