OFERECIDOS
PISANDO INCERTO
CAMINHO DOS TABULEIROS (Moda pra Viola)
NA MUNGANGA
RIO DO PEIXE - A LUTA CONTINUA
Um açude que, quando cheio, tem 3 léguas de
lâmina d’água, obra do governo federal nas ações contra a seca. No tempo em que
foi construído ficava entre os municípios de Jacobina e Queimadas, hoje Capim Grosso
emancipado de Jacobina absorveu a maior parte da área. Nós anos 60 no maior dos
povoados, o Rio do Peixe, na Cabeceira da Ponte da beira do Açude tinha uma grande
feira na Vila que contava mais de 300 casas.
Nas proximidades do lago terra boa para o plantio
e pra criação também, nas margens tomate, pimentão, melancia, hortaliças, pequenas
irrigações. Peixe pra dar de pau! Enquanto os ribeirinhos prosperaram em minifúndios
e áreas comuns pras criações, pelas bandas de Queimadas avançou com imensa violência
e usura um empresário e deputado estadual, um tal de Theócrito, proprietário de
uma fábrica de colchões com incentivos governamentais lá pras bandas da capital.
Anexando posses e expulsando as pessoas auxiliado pela rede de poder local, estadual
e federal, a força do seu mandato e as relações políticas de um partidário da ditadura
militar, o dinheiro que comprou escrivães, juízes, delegados, a jagunçagem particular
e policial, a engrenagem opressiva sufocou a resistência camponesa. A posse não
foi retirada passivamente, homens valentes tombaram, ignoraram os perigos e a desvantagem
e peitaram mas a luta sempre foi desigual, era o mundo contra aquele povo
Estive lá pela primeira vez no ano de 2000 numa reunião pra discutir a desapropriação da área, tinha mais de 500 pessoas interessadas: remanescentes que moravam próximo em Capim Grosso mas gente de Caen, Jacobina, Capela do Alto Alegre, Nova Fátima, São José, Gavião e Quixabeira. Na assembleia a minha proposta de ocupação imediata foi derrotada, a proposição da CPT através de um padre era que o certo seria seguir os caminhos legais, encaminhar documentação pro Incra e esperar o decreto.
O tempo mostrou o erro dessa decisão, nessa demora surgiram coisas escabrosas no processo, inclusive o recebimento de notificação pelo finado, certidões suspeitas e corpo mole do governo.
Depois de certo tempo o pessoal organizou um
acampamento na Cabeceira da Ponte por um tempo, houve uma curta ocupação mas o resultado
final foi a desmobilização.
Mas, o caso nunca foi esquecido, para algumas
pessoas é questão de vida, resgatar a luta dia seus antigos e vez por outra, tem
umas conversas sobre o assunto.
Estou sempre a apoiar, uma luta que também é
minha.
FICANDO DE BOA
QUILOMBOLAS
DARK GIRL'S
NUNCA MORREU
GUARAPIRANGA LOVERS
JORGIALTINIANA n°2
ASSIM CAMINHA O PROLETARIADO
A FERRO E CHIP
ZÓI DE GATA
Não me leve a mal
Vou dizer na real
Algo pra mim importante
É que de hoje em diante
Meu olhar evitará seu olhar
Pois não sei ver sem me admirar
Nunca me são estranhos
Esse par de olhos castanhos
Que um dia eu mirei
E como se existisse feitiço,
Me enfeiticei
Pra mim é a definição da beleza
Agora que tenho a certeza
De que não temos nada a ver
Sendo sincero
Tudo que eu quero
É poder esquecer
Me libertar
Da atração desse olhar
E quando te olho no fundo
Me vendo capturado
Mal olhado
Que deixa o meu molhado
Vista ingrata
Zói de gata
TÃO LONGE, ADEUS
DE POUCA CONFIANÇA ( Um sambinha dor de cotovelo)
BELA ERA ELA
CARNE DO SOL, BIBELÔS, FEITICHES, DESEJOS E MERCADORIAS
MACHUCAR FEIJÃO NESSA VIDA JÁ TÃO MACHUCADA

FIGURA INTERADA
RIBEIRINHO, BAIXO RIO DAS CONTAS
TÁ FOGO
FRASES SOLTAS, FATOS E ACONTECIMENTOS
Guardadas de dentro de mim
Não irão silenciar
Mesmo quando poucos queiram escutar
Quando se tornam difíceis de explicar
De um jeito, não sei dizer, assim
Da forma que lhe é costumaz
Como quem vive querendo
Fazer o que não faz
Rabisco pra me fazer entender
Me ponho a escrevinhar
Aquilo que penso em dizer
Mas a caneta não consegue acompanhar
A velocidade dos meus pensamentos
Onde se misturam frases soltas
Sobre fatos e acontecimentos
FAISQUEIRA
Dormiste lá em casa
Fizeste o fogo queimar
Deixaste madeira em brasa
Consumisso de incendiar
Labareda que arrasa
Não deixa apagar
A labareda faz brasa
Se a lenha queimar
Destrói e arrasa
É só atiçar
Esse pavio no peito
Que serve pra alumiar
Bateno, esquenta no jeito
Virano uma brasa
A se consumir
Deixano o fogo que apaga
Quando tu for sair
Queimo sozinho em casa
Sem ter quem atiçar
Venha, sou lenha
Ponta pra queimar
Se é que mereço
Pra palavrear
Passa lá em casa
Sabe o endereço
Ainda sou brasa
E o recomeço
É só assoprar
Reacender a Chama
Que ainda tem lenha
Pra gente queimar
PAISAGEM CILIAR
Veno na beira do rio
Garranchos de algarobas, esturricados
No lugar da mata nativa
Um rio morto, esburacado
Onde o povo pega água de motor
Em poços perfurados, no areião
E as valetas feitas de trator
Os passarinhos tem que pousar no chão
As garças catam carrapatos na criação
Um cavalo preso num pasto que não tem capim
Terra nua resultado da devastação
Triste pra mim
Vendo isso acontecer em pleno sertão
ORAÇÃO PRA TIRAR DE TEMPO (Louvando Bezerra da Silva)
Baculejo no buteco
Isso é um mal sinal
Enquadrando todo mundo
Esculacho é geral
Vamos puxar uma reza
O tambor no contratempo
Malandragem que se preza
Sabe quando dar um tempo
Essa fita já foi dada
Tem uma pá de intrujão
Aqui ninguém dá 2 em nada
Vou te ensinar uma oração
Pra quebranto, mau olhado
Dor nos quartos e proteção
O que te deixa amargurado
Sou Pái Veio eu te curo
Garrafada de agrião
Tira o que for do munturo
Terá carro, namorada
Assegure seu futuro
Só não salva tua vida
Se tu for um dedo-duro
Porque aí suja de vez
O nome do peixe é pinote, vaza vacilão
Nem cá fora na Favela nem lá dentro no xadrez
Cagueta tem perdão
O JONGO DO PALÍNDROMO AO COCO COA
Ao coco coa
Se apertar sai um cordel
Meu repente não perdoa
Hoje faço um escaçéu
Faço uma loa
Pro meu tempo de bordel
A palha voa
Vento sopra pelo céu
Rema a canoa
Atacado e granel
Não ensaboa
Nem amassa meu chapéu
Que não destoa
Separe o doce do fel
Batuque entoa
Quebradas do Mundaréu
A gente zoa
Porque tá muito pinel
Barro queimado coa
Pingando de déu em déu
Pamonha boa
Cheira a conhaque e mel
CERTEZA DE ESTAR CERTO
Estou
muito certo
do que
vou dizer
De peito
aberto
Que é
pra você saber
Se não
te contemplar
Esse pobre cantar
Desculpe
a timidez
Mire meu
olhar
Procuro
palavras pra te definir
Esgoto o
dicionário
Tentando
conseguir
Boca pra
provar
Língua a
te sentir
Na hora
perco a hora
Jamais
quis eu partir
Que
nunca que termine
O nosso
existir
Não
haveria porquê
A gente
não tá perto
Enamorado
por você
Certeza
de estar certo
Vivendo
essa paixão
Que seja
desse jeito
É o que
diz um coração
Batendo
no meu peito
OFF-LOVE
Providenciei
envelope
Até selo
comprei
De coração
ferido
2 linhas
mal tracei
Se você não
se entregou
Eu, de todo,
me dei
Já é muito tarde
Mas só agora
que sei
Arrenegada
seja a hora
Que contigo
trombei
Comprado
briga com o mundo
Vida de fora
da lei
Sempre arriscano
O que tinha
apostei
Nessa de
tentar a sorte
Iludido joguei
Mirei alvo
errado
Em nada acertei
Não lhe faria
rainha
Pois eu nunca
quis ser rei
Tá na vez
de parar
Mágoas não
carregarei
Foi tanta
dificulidade
Já me desinteressei
Só lamento
que a pressa
Que nessa
empreita me lancei
3 dias demora
uma carta
Porquê não
telegrafei ?
NÃO POSSO VIVER DE ARTE
É por isso que eu não vivo de arte
Meu escrevinhar não faz parte
Posso fazer minha obra
Com o meu tempo que sobra
Pago o que o boleto cobra
Me viro pião de obra
Do salário não sobra
A sociedade me cobra
O meu som não faz parte
Não posso viver de arte
Não registrei minha obra
Vivo comendo o que sobra
Meu sonho não se dobra
Tento fazer minha parte
Dizem que vivo em Marte
Não vendo a minha arte
No show não tomo parte
Sou um pião de obra
Sem cachê sou quem sobra
Por tudo que o mundo cobra
Tudo veneno de cobra
Posso juntar o que sobra
Reconstruir minha obra
BOM DIA CARISTIA
OLHAR DE PÁSSARO LUNAR
Os pássaros da
lua (Les oiseaux de lune) é uma peça do dramaturgo francês Marcel Aymé, estreada
em 1955 por André Barack no Théâtre de l'Atelier em Paris.
Um mundo humano
miserável e sem alegria, egoísmo, malícia, ganância, avareza, prazer, instinto
descontrolado, mentira e ciúme caracterizam uma vida desagradável pontuada pela
rebeldia, estupidez e instinto cruel e vida dissoluta.
Nessa semi existência
semi a tentativa de transformar a
humanidade em pássaros numa "operação espiritual", sem truques, que não
sujeita quem se transforma a uma maldição maligna e os libera à felicidade e, na
lua nova, os pássaros, lunares, se tornam,
novamente humanos, testemunhas do estágio superior pois, enxergando com o olhar de pássaro , do alto, podem ver o essencial
.
A CAVERNA, A ALEGORIA, O MITO E A GNOSE
BELEZA MANO VEGANO
O cabra nascido em Catolé do Rocha
Hoje, se vê uma buchada de bode
Faz beicinho e brocha
O apetite se encerra
Rifuna pois não pode
Se for uma galinha
Terra
Vai contra sua fé
Embrulha o bucho
E berra
E, caso seja uma saqué?
Béeee
NORTHERN SOUL - A dança e o som black na Inglaterra
POSSO SER SEU LOVE
De tanto olhar
Corri o risco de me
apaixonar
De tanto ver
Não consigo mais esquecer
Suas fotos fico vendo admirado
Invejando esse cara premiado
Que toda noite contigo dorme
Se largar dele, peço que me informe
Estou disposto a deixar tudo
Pra viver esse desejo ainda mudo
Que por decência nunca pude anunciar
Respeito o mano mas não posso apagar
Da minha mente esse louco querer
Eu bem tentei mais não consigo esquecer
Se por acaso ele fizer a loucura em te deixar
Te dou meu ombro para que possas chorar
Se ficar triste eu bem sei que me comovo
Sempre estarei por perto caso resolva amar de novo
A única fé desse romântico ateu
E que um dia ele possa ser mais que somente um amigo seu
Caso a sorte me traga a oportunidade
Me entregaria de verdade
Vem, se quiser que eu prove
Posso ser seu love
Posso ser seu love
NAS QUEBRADAS DO AMOR
Foi um sonho, se não era foi o que pareceu
Fui te buscar e na escada apareceu
Chegava linda, tava na minha Quebrada
Uma saudade sinto daquela madrugada
Simplesmente foi somente para visitar
Fazendo meus olhos fixarem teu olhar
Sua ausência me faz enorme diferença
Tudo eu daria para ter a sua presença
Pego o dichavador pra mais um apertar
Dai-me outra chance sei que vou me declarar
Outra cerveja, vamos completar os copos
Entre abraços o calor dos nossos corpos
Te falarei do bem querer que me domina
Que bom seria que você fosse minha mina
Por mais que fujas e que tente encontrar
Nesse planeta não haverá outro lugar
Onde exista um amor assim tamanho
E por mais que te possa parecer estranho
Caso quiseres ser a minha namorada
Te ofereço todo amor dessa Quebrada
RAP PÉ DE SELVA
Ô mundo cão, Jão
O mundo é cão. Jão
Não dá mancada, não
O sistema não perdoa
Fica ligado, fica de boa
Vacilou, se perde atoa
Se perde não, Jão
Que o mundo é cão, Jão
O mundo é cão, Jão
Isquece não
Na Quebrada tudo tenso
Filma o movimento
Digo o que penso
É cruel e violento
Comum se torna o senso
Normaliza o sofrimento
Abismo imenso
A toda hora e momento
O perigo é extenso
Não vale o argumento
Ô mundo cão, Jão
O mundo é cão. Jão
Não dá mancada, não
O sistema não perdoa
Fica ligado, fica de boa
Vacilou, se perde atoa
Se perde não, Jão
Que o mundo é cão, Jão
O mundo é cão, Jão
Isquece não
O GENRO SEM SORTE
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